A angina do peito ou angina pectoris é uma dor ou desconforto transitório localizado na região anterior o tórax, percebido como uma sensação de pressão, aperto ou queimação.

Causas:

A angina de peito ocorre quando o músculo cardíaco (miocárdio) não recebe uma quantidade suficiente de sangue e oxigênio. Este processo é chamado de isquemia miocárdica ou isquemia coronariana, pois relaciona-se com as artérias coronárias.

Esta deficiência de oxigenação pode ser causada por um aumento das suas necessidades, por diminuição da oferta ou ainda por ambos. As necessidades de oxigênio do coração são determinadas pelo grau do esforço de seu funcionamento, isto é, pela freqüência e a intensidade dos batimentos cardíacos.

O esforço físico e as emoções aumentam o trabalho do coração e a necessidade de oxigênio por parte deste orgão. A principal causa da angina do peito é a doença arterial coronariana, ou seja, a presença de placas de gordura (ateromas) na parede das artérias do coração. Outras causas incluem a cardiopatia hipertensiva (doença cardíaca causada pela hipertensão arterial) e as doenças da válvulas cardíacas, especialmente o estreitamento da válvula aórtica (estenose aórtica), que é a via de saída do sangue do coração.

Sinais e Sintomas:

Nem todos os indivíduos com isquemia miocárdica apresentam angina do peito. Este processo é chamado de isquemia miocárdica silenciosa. Os pacientes costumam perceber as crises de angina do peito como uma sensação de pressão, aperto ou queimação na região central do tórax. A dor também pode atingir os ombros ou irradiar-se pela face interna dos membros superiores, costas, pescoço, mandibular ou região superior do abdômen. Muitos indivíduos descrevem a sensação como um desconforto ou uma pressão do que uma dor propriamente dita. Tipicamente a angina do peito é desencadeada pela atividade física, dura alguns poucos minutos (3 a 15 minutos) e desaparece com o repouso ou com o uso de medicamentos que contenham nitratos (vasodilatadores coronarianos). A dor da angina do peito não costuma piorar com a respiração ou movimentação do tórax. O estresse emocional também pode desencadear ou piorar as crises de angina do peito.

Formas de apresentação

A angina do peito poderá ser chamada de estável, instável ou variante. A angina do peito estável é aquela que apresenta sempre as mesmas características, ou seja, seu fator desencadeante, intensidade e a sua duração costumam ser sempre os mesmos.

Na angina do peito instável, o desconforto passa a ter uma maior freqüência, intensidade ou duração, muitas vezes, aparecendo em repouso. A angina do peito instável é uma emergência médica, pois poderá evoluir para um infarto do miocárdio ou até a morte. Geralmente é fruto da ruptura de uma placa de gordura em uma artéria coronária, levando a formação de um trombo que interrompe parcialmente o fluxo de sangue para uma área do miocárdio.

Diagnóstico

O diagnóstico de angina do peito baseia-se na descrição dos sintomas feita pelo paciente. Entre as crises de angina do peito ou mesmo durante uma crise, o exame físico ou o eletrocardiograma podem revelar poucas alterações ou mesmo nenhuma. Certos exames auxiliam no diagnóstico e na estimativa da gravidade da isquemia miocárdica, bem como a extensão da doença arterial coronariana.

O teste de esforço ou ergométrico (exame em que o paciente caminha sobre uma esteira enquanto é monitorado através de um eletrocardiograma contínuo) pode ajudar no diagnóstico, sendo geralmente o primeiro exame a ser solicitado depois do eletrocardiograma. O estudo com substâncias radioativas (radioisótopos), chamado de cintilografia de perfusão miocárdica tem uma maior sensibilidade para detectar a presença de isquemia miocárdica. Este exame, através de imagens tomográficas, analisa o grau de captação do radisótopo pelo músculo cardíaco.

O ecocardiograma de estresse é um exame em que são obtidas imagens do coração através de ondas de ultrassom. As imagens dos ecocardiogramas são obtidas em repouso e durante o estresse com exercício físico ou após a infusão de uma droga, chamada de dobutamina. Quando existe isquemia, o movimento de contração do músculo cardíaco é anormal.

Na dependência do quadro clínico ou do resultado dos exames mencionados anteriormente, poderá ser necessária a realização de um cateterismo cardíaco. Este procedimento é mais comumente utilizado para a determinação da gravidade da doença arterial coronariana, avaliando a necessidade ou não de algum procedimento para melhorar o fluxo sangüíneo (angioplastia ou cirurgia de revascularização miocárdica).

A angiotomografia das artérias coronárias é outro método para demonstrar a presença e a gravidade das placas de ateromas nas artérias do coração, podendo ser utilizado em alguns casos.

Complicações e prognóstico

Angina incapacitante, arritmias cardíacas, insuficiência cardíaca , infarto do miocárdio e morte poderão ocorrer nos pacientes portadores de angina do peito. A estimativa do risco de um paciente com angina do peito baseia-se nos achados clínicos e no resultado dos exames complementares citados acima.

Alguns fatores indicativos de uma pior evolução dos pacientes com angina do peito são: idade avançada, grande extensão da doença arterial coronariana (comprometimento de várias artérias do coração por placas de ateroma), gravidade dos sintomas e grau de comprometimento da força de contração do músculo cardíaco.

A evolução dos pacientes com angina do peito costuma ser muito boa nos pacientes com angina estável e uma força normal contração do músculo cardíaco. A mortalidade geral dos pacientes com angina do peito estável é cerca de 1% ao ano, podendo chegar a mais de 3% em pacientes de alto risco. Os pacientes com angina do peito instável são mais graves, sendo que idade maior que 75 anos, angina do peito prolongada (mais que 20 minutos), sinais de redução na força de contração do coração e certas alterações eletrocardiográficas, são indicativos de maior risco para o infarto do miocárdio e morte.

Tratamento

Pode ser feito através do uso de medicamentos ou procedimentos invasivos como angioplastia coronariana e/ou cirurgia de revascularização miocárdica, dependendo da gravidade do caso.

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